Ex-policial militar acusado de matar médico em Imperatriz será julgado nesta quinta-feira
- 29/01/2025
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O Tribunal do Júri de Imperatriz reúne-se pela primeira vez em 2025, nesta quinta-feira (30), para o julgamento de um dos crimes de maior repercussão, que aconteceu na cidade nos últimos anos: o assassinato que teve como vítima o médico Bruno Calaça.
O ex-policial militar Adonias Sadda, acusado da autoria do crime, será julgado por homicídio qualificado, motivado por razões fúteis e que ocorreu de forma premeditada, caracterizada como emboscada. A pena para crimes dessa natureza é de 12 a 30 anos de reclusão em regime fechado.
O júri popular acontecerá no Fórum de Justiça Henrique de La Rocque Almeida, localizado no centro, com início previsto para as 8h e término indeterminado, em função da complexidade do caso.
Contradições da defesa
Adonias Sadda alegou em dois depoimentos que o disparo foi acidental. Porém, um laudo pericial desmentiu sua versão. Ele também afirmou ter sido agredido com um chute por Bruno antes de disparar. Contudo, a Polícia Civil apontou, por meio de exames e das imagens de segurança, que não há compatibilidade entre a lesão alegada pelo ex-policial e os fatos registrados.
As investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmaram que os depoimentos de Adonias foram contraditórios e não sustentam sua alegação de legítima defesa, reforçando a tese de homicídio qualificado, por motivos fúteis.
O crime ocorreu em 26 de julho de 2021, dentro de uma boate em Imperatriz, na Beira Rio. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do homicídio. Na época, Adonias, então soldado da Polícia Militar, foi preso e posteriormente expulso da corporação.
O juiz Marcos Antônio Oliveira, da 2ª Vara Criminal, determinou que o ex-policial seja julgado por homicídio qualificado, considerando que o assassinato foi motivado por razões fúteis e ocorreu de forma premeditada, caracterizada como emboscada. Segundo o magistrado, as provas indicam que o ato foi praticado por motivos “banais, insignificantes e desproporcionais”.
Outras pessoas envolvidas
Além de Adonias Sadda, o bacharel em Direito Ricardo Barbalho e o empresário Waldex Cardoso também respondem judicialmente por suas participações no caso. No entanto, os processos dos dois foram desmembrados, e ainda não há data definida para serem julgados.
Ricardo Barbalho é acusado de homicídio qualificado, pois teria instigado e colaborado na abordagem que resultou no assassinato. Nas imagens de segurança, ele aparece revistando Bruno Calaça, sob o pretexto de procurar uma arma, que não foi encontrada. O médico teria reagido à revista, o que culminou no disparo efetuado por Adonias.
Já Waldex Cardoso responderá por favorecimento pessoal, pois, de acordo com as investigações, ajudou Adonias a fugir do local do crime após o disparo. Ambos aguardam julgamento em liberdade.