Enviado do Papa à Síria conclui missão com mensagem de caridade
- 30/01/2025
Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, Cardeal Claudio Gugerotti, esteve em Homs para a Assembleia dos Bispos Sírios
Da Redação, com Vatican News
Cardeal Claudio Gugerotti / Foto: Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio/Sipa USA via Reuters Connect
O prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, Cardeal Claudio Gugerotti, retorna nesta quinta-feira, 30, ao Vaticano após visita à Síria como enviado do Papa Francisco. Ao final de sua missão no país, ele esteve na cidade de Homs para participar da Assembleia Plenária dos bispos sírios, no dia em que a Síria soube da decisão da União Europeia de iniciar um processo de flexibilização progressiva das sanções.
“As notícias que chegam da União Europeia nos permitem voltar a ter esperança porque chegamos a um ponto em que se tornou impossível para a população viver”, afirmou o arcebispo siro-católico de Homs, Jacques Mourad.
O ex-monge de Mar Mousa, sequestrado por jihadistas em 2015 e grande amigo do falecido padre Paolo Dall’Oglio, espera que esta decisão possa dar um impulso positivo à transição. “O país tem necessidade de recomeçar e com o fim das sanções talvez poderá ter início também a reconstrução da Síria”.
Homs está localizada exatamente na metade do caminho entre Damasco e Aleppo. A vida cotidiana, apesar de tudo, persiste em seguir em frente contra todas as expectativas. Os milicianos que tomaram o poder estão presentes e bem visíveis nas ruas, mas na província ainda há grupos estrangeiros da Al-Qaeda.
O encontro com os fiéis
O Cardeal Gugerotti chegou a Homs após uma visita de dois dias a Aleppo, onde pôde encontrar-se com fiéis de diversas Igrejas católicas, a começar pelos latinos na Igreja de São Francisco. Depois, os caldeus na catedral, sob responsabilidade do bispo Antoine Audo, para um encontro com membros de organizações humanitárias e caritativas sírias.
“A justiça é caridade e caridade é justiça. O coração se aperta ao ver a violência que tem sido usada em todos os lugares, até mesmo fora do país, para reduzir a Síria e seu povo a tal pobreza. O Papa Francisco também me enviou aqui para agradecer a todos aqueles que reconheceram Jesus nos pobres e desprezados”, afirmou o cardeal em seu discurso.
O enviado do Papa Francisco lançou um apelo para fazer da generosidade, da solidariedade e da hospitalidade um instrumento de reconciliação.
O papel dos jovens
O papel fundamental das Igrejas sírias em costurar as divisões e curar as feridas da sociedade também emergiu do encontro que o cardeal teve com o clero, os religiosos e religiosas do país na Catedral melquita.
“Também aqui em Aleppo ressoou com força o apelo do Papa Francisco por uma “Igreja em saída”, que saiba sujar as mãos, que seja generosa com os necessitados e criativa na proposta de oportunidades de mudança”, salientou. O prefeito para as igrejas orientais prosseguiu enfatizando que são os jovens sírios, cristãos e muçulmanos, a esperança de um futuro de coexistência pacífica e próspera neste país martirizado.
“Mas esses jovens precisam ser apoiados, formados e envolvidos”, disse o prefeito para as Igrejas Orientais, convidando bispos e religiosos a apresentar projetos concretos e eficazes que também podem ser promovidos com a ajuda da Santa Sé.
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